Gibis de heróis japoneses: conheça todos que foram publicados no Brasil!

O Tokusatsu no Brasil teve um grande boom nos anos 80 e 90 com a chegada de Jaspion e Changeman, seguido de outras séries do gênero Super Sentai, Metal Hero e Kamen Rider que dominaram a programação da televisão brasileira da época. Esse sucesso acabou gerando uma série de produtos, incluindo gibis de heróis japoneses.

De fato, foram diversas as coleções em quadrinhos que traziam os personagens das séries de TV ou histórias inspiradas neles. Reunimos aqui informações sobre todas que foram feitas e lançadas no país, incluindo algumas edições que não eram inteiramente dedicadas aos justiceiros nipônicos, mas traziam referências a eles.

Gibis de heróis japoneses da Ebal

A Editora Brasil-América Limitada, mais conhecida como Ebal, foi uma das principais editoras de histórias em quadrinhos no Brasil desde a sua fundação em 1945. Os quadrinhos de tokusatsu estrelados por heróis da Toei Company foram algumas das últimas edições publicadas por ela no começo da década de 90 antes do falecimento de seu fundador Adolfo Aizen, o que acarretou no fim da editora poucos anos depois.

No total foram três as coleções de heróis japoneses: “Quadrinhos” que trazia as aventuras de Jaspion, Changeman, Goggle V, Machine Man e Sharivan; “O Herói” com as histórias de Jiraiya e “Hero X” que trouxe apenas uma história do Policial de Aço Jiban.

Gibi do Jaspion: novas aventuras do herói galáctico

Também no começo da década de 90, a Editora Abril, renomada pela publicação e distribuição de quadrinhos para o público jovem apostou em cheio no herói japonês de maior sucesso no Brasil: Jaspion.

Embora a Ebal já tivesse publicado HQs do Jaspion, tratavam-se das mesmas histórias mostradas na TV. Já a coleção da Abril trazia aventuras inéditas passadas após o último episódio da série em que Jaspion, Anri e o pequeno Tarzan viajam pela galáxia em busca de novas aventuras.

Ao todo foram 12 edições que tinham contavam com uma história do Jaspion e outra que podia ser de qualquer outro herói, tais como Changeman, Flashman, Maskman e Boomerman (sim, o companheiro de luta do Jaspion, interpretado pelo ator Hiroshi Watari, teve histórias próprias em que combatia criminosos ao invés de monstros ou invasores do espaço).

As HQs do Jaspion foram notoriamente inspiradas nos comics americanos, não somente pelo traço, mas também pelo teor que parecia mais voltado ao público infanto-juvenil por mostrar uma trama mais complexa e um romance entre Jaspion e Anri (com direito a um momento em que ambos passam a noite juntos).

Outro ponto que chamava a atenção nessa versão é o visual do personagem que ganhou um uniforme civil diferente: ao invés da clássica “roupinha de onça”, ele passou a vestir um uniforme colante de cores branca e rosa. Sua aparência também mudou: seus cabelos ficaram castanhos e seu penteado mais lembrava o do Capitão Kirk de Jornada nas Estrelas.

Heróis da TV: quadrinhos de heróis japoneses reunidos

Após o sucesso dos quadrinhos do Jaspion, chegou a vez da nova leva de super-heróis. No começo dos anos 90, a Rede Manchete havia trazido novas atrações à sua Sessão Super-Heróis: Maskman, Spielvan, Kamen Rider Black e novos episódios de Cybercops. Isso foi o suficiente para a editora lançar a versão de todos eles em HQ. Assim surgiu a Heróis da TV.

Embora o nome fosse o mesmo da coleção que, nos anos 80, trazia histórias dos heróis da Marvel, isso não parece ter causado confusão entre aqueles que curtiam tokusatsu. Ao contrário das histórias do Jaspion, estas eram leves como as exibidas nas séries de TV e também trazia situações um tanto inusitadas. Por exemplo: uma história em que o desenhista Watson Portela e o roteirista Marcelo Cassaro foram convocados para ajudar os heróis.

Isso ocorreu num crossover entre Jaspion e Changeman que estrelavam as histórias secundárias das revistas. Aliás, com exceção dos Circo Shows que circularam o país, esta foi a primeira vez em que esses herói uniram forças, o que fez da Heróis da TV uma coleção memorável.

Ao todo foram 21 edições e três almanaques. O desfecho não teve explicação, embora fosse compreensível visto que a maioria das séries não passavam mais na TV e naquele ano, 1994, o público estava a ponto de ser bombardeado por outro fenômeno: os Cavaleiros do Zodíaco.

Gibis do Spectreman: o guardião dos Dominantes em quadrinhos

No começo dos anos 80, a Editora Bloch lançou uma versão em quadrinhos não-autorizada de Spectreman. Tanto é que as histórias traziam diferenças a começar pelo visual do personagem (que, ao invés de dourado, era azul) e seu nome humano que era Kenzo ao invés de Kenji.

Porém, existe uma outra teoria a respeito do visual diferente do personagem: uma coleção de bonecos inspirada na série foi lançada no Japão e recebeu o nome de “Fake Spectreman”. No total eram sete personagens variantes do herói, sendo os números dois e cinco idênticos ao Spectreman do gibi brasileiro.

Logo, a teoria é a de que os desenhistas teriam se inspirado nesses bonecos para criar essa versão dos quadrinhos. A revista teve 30 edições e deixou de ser publicada com o primeiro fim da exibição da série de TV.

Outros tipos de gibis de heróis japoneses publicados no Brasil

Ultra Boy

Este é um personagem criado no Brasil no começo dos anos 80 por Franco de Rosa e publicado na revista Gigante. Sua história se passava em 2082 em torno de Marquito, um jovem mágico que, ao salvar a vida se um gigantesco vigilante espacial, recebeu dele super poderes para proteger o planeta de invasores alienígenas sob a forma de Ultra Boy.

Change Kids

Que Changeman fez um enorme sucesso no Brasil, antes mesmo de Power Rangers, é fato. E prova disso foi o lançamento de uma nova revista que trazia uma versão mirim dos heróis e vilões: Change Kids! As aventuras eram divertidas, pois pareciam uma junção de Super Sentai e Turma da Mônica. Foram poucas edições em quadrinhos, além de algumas revistas de colorir.

Alguns pontos eram diferentes da série original: Change Griphon tinha uniforme azul escuro ao invés de preto, nas formas civis Ozora parecia Hayate e Hayate parecia Ozora (sim, é isso mesmo), Mai / Change Phoenix tinha o cabelo comprido e azul, Change Robô não era gigante e sim um amigo dos heróis de tamanho normal.

As Aventuras dos Trapalhões

Se você está se perguntando o que os Trapalhões, programa humorístico que animava as noites de domingo na TV Globo tem a ver com gibis de tokusatsu, saiba que muita coisa!

Nos anos 90, a Editora Abril lançou a coleção de HQs “As Aventuras dos Trapalhões” que trazia o quarteto vivendo histórias famosas dos quadrinhos e do cinema, tais como: Robocop, Indiana Jones, De Volta Para O Futuro, Jurassic Park, entre outros.

E claro que os heróis nipônicos não ficaram de fora: Change Trapa, Didiraiya, Cybertrap e Didi Kamen Rider conquistaram tanto fãs dos humoristas quanto das séries japonesas.

Revista MAD

A versão brasileira da Revista MAD era especialista em sátiras no formato de quadrinhos de diversos temas ligados à cultura pop em evidência na mídia. Nos anos 80 o escolhido para estrelar a capa foi ninguém menos que Jaspion!

Destaque para os nomes dos personagens: Jaspion virou simplesmente Japa, Anri virou Anrível, MacGarem era Margarina, Satãjosta era a uma versão do Satan Ghost com capacete do Darth Vader.

Xingamen

Até mesmo os personagens de Maurício de Souza se renderam ao incrível mundo dos heróis japoneses! Numa edição da Turma da Mônica publicada no início dos anos 90, Cebolinha e Cascão assistem seu seriado favorito, os Xingamen, um Super Sentai criado exclusivamente para essa HQ.

O quinteto e seus vilões aparecem apenas na primeira página, o resto da história traz Cebolinha e Cascão saindo para brincar usando suas respectivas fantasias de Green Xinga e Yellow Xinga. Ainda assim, é um gibi divertido.

Blue Fighter

Essa HQ criada por Alexandre Nagado foi publicada pela primeira vez na Revista Master Comics e depois numa mini-série dedicada de quatro edições. A trama gira em torno de Domon, um lutador de artes marciais oriundo do planeta Guifan, colônia terrestre.

Domon é capturado por Kronan que tem o objetivo de transformá-lo num super guerreiro de sua organização. Porém, ele consegue fugir antes que apagassem sua memória e promete combater as ameaças de Kronan como Blue Fighter.

Hyper Comix

Hyper Comix começou como um fanzine lançado no sucesso que os animes começaram a fazer no Brasil após Cavaleiros do Zodíaco. As histórias traziam histórias pra lá de picantes estreladas pelos Defensores de Atena, embora também tivesse outras mais curtas, com menos páginas, e mais suavidade no humor.

Uma delas é Kamen Rider RX 125 CC, uma paródia de Kamen Rider Black RX cujo personagem se transforma ao dizer “Atchim” ao invés de “Henshin”. Não é a história mais divertida da coleção, mas é a única inspirada em tokusatsu.

Combo Rangers

A história inspirada em Super Sentais criada por Fábio Yabu em 1998 começou como uma webcomic até ganhar uma versão impressa cujas revistas foram publicadas pela JBC e Panini Comics entre os anos 2000 e 2004.

A trama de Combo Rangers fala sobre cinco crianças que são convocadas por um super-herói aposentado, o Poderoso Combo, para defenderem o planeta de ameaças alienígenas.

Blast Rangers

Blast Rangers é o primeiro Super Sentai brasileiro criado pelo publicitário Bruno Seidel. Este tokusatsu brasileiro foi lançado, primeiramente, em vídeo, a série completa que começou a ser gravada em 2001 teve um total de 16 episódios. Em seguida, os heróis ganharam uma versão em quadrinhos produzidas pelo próprio Bruno.

A trama traz as histórias do quinteto de heróis compostos, a princípio, por Jerry Prise (Blast Red), Gopy Nelphin (Blast Black), Edmilson Santos (Blast Blue), Sara Witch (Blast Yellow) e Johnny Wallase (Blast Green).

Em sua primeira aventura eles se deparam com Garra-da-Morte, vilão que diz seguir ordens do Imperador Rangor que pretende exterminar os Blast Rangers.

Como pôde ver, tivemos muitos gibis de heróis japoneses produzidos e publicados no Brasil! E o melhor de tudo: você pode ler muitos deles online! Sim, é isso mesmo! Confira os quadrinhos de tokusatsu disponíveis para download aqui no Toku Blog! Boa leitura!