Cybercops! Saiba tudo sobre os Policiais do Futuro!

Dennou Keisatsu Cybercop (電脳警察サイバーコップ), conhecido no Brasil como Cybercops Os Policiais do Futuro, é um tokusatsu produzido pela Toho Company e exibido pela NTV entre 1988 e 1989.

Trazido ao Brasil pela Sato Company, embora fosse outro seriado japonês a povoar a televisão da época, que já era repleta deles, a saga dos heróis tinha diferentes atrativos para a moçada. Relembre agora os atrativos de uma das séries mais inovadoras da década de 1980!

Os personagens de Cybercop

Para começar, os novos defensores da Terra não são combatentes enfrentando a tirania espacial como na maioria dos tokusatsu. Eles são integrantes do ZAC (Zero-Section Armed Constable), um sistema de defesa metropolitano de Tóquio equipado com alta tecnologia para a proteção da cidade.

Cada um dos integrantes possui uma Unidade Cyber, que só é possível ser utilizada após passarem pela Cabine de Transformação (“Unidade Cyber, preparar…juntar-se aos membros do ZAC!”) , operada pela policial Tomoko Uesugi. São eles:

• Akira Houjyo: é o líder dos Cybercop, traja a Unidade Marte que possui o maior poder bélico entre as quatro e também tem um temperamento forte;
• Ryoichi Mouri: o mulherengo do grupo veste a Unidade Saturno que é dotada de radares capazes de localizar o inimigo, mesmo que esteja escondido atrás das paredes;
• Osamu Saiyonji: o mais tímido da equipe e usuário da Unidade Mercúrio capaz de fazê-lo se movimentar em alta velocidade durante os combates;
• Shinya Takeda: o último a integrar o ZAC tem um passado, a princípio, desconhecido e veste a Unidade Júpiter que consegue evocar uma misteriosa energia de outra dimensão chamada Cyber Força.

A origem das Unidades Cyber nunca foi explicada na série, mas aqui no Toku Blog levantamos uma teoria que você pode conferir neste link.

Além das poderosas unidades, as Cyber-Arms e Cyber-Weapons, que são enviados por dutos subterrâneos para qualquer lugar da cidade ao comando do Cyber-Card (“É hora do Cyber-Card!”), equipam os policiais para o combate. Júpiter também tem a potente motocicleta Blade-Liner, que utiliza para missões que necessitem de alta velocidade.

Os inimigos dos Cybercops

Os grandes inimigos são os membros da Destrap (DeathTrap), liderados por Führer, um supercomputador maligno. Os planos da organização são eliminar toda a humanidade e implantar na Terra um mundo dominado pelos computadores.

Além de Führer, o temível Barão Kageyama (o grande vilão da série) chefia uma equipe de cientistas perversos: Prof. Einstein, Madame Durwin e Doutor Ploid. Cada um deles utiliza a tecnologia para criação de poderosos inimigos (os seres Ominus, Harkos e Garoga) contra os Cybercops.

Luna, a Rainha das Bestas, androide construída para ser a irmã de Einstein, comanda quatro combatentes: Águia, Tigre, Salamandra e Tartaruga.

A história de Cybercops

A saga tem início quando Shinya Takeda, um policial que veio do século 23, se alia ao ZAC e passa a utilizar a Unidade Júpiter, que veio com ele do futuro. Seu grande diferencial para os outros Cybercops é a Cyber-Força (“Agora, chega!”) , oriunda de outra dimensão.

Toda vez que Júpiter se encontra em perigo e sua fúria atinge o limite (o deixando praticamente em estado de hipnose, como foi mostrado no episódio “Avião de Combate Ataca a Metrópole”), uma fenda temporal se abria e equipava sua armadura com o Cyber-Thunder-Arm, uma arma mortífera. A Destrap inclusive constrói um neutralizador para esta força, chamado Cristallo, que dá grande trabalho aos Cybercops.

Um dos grandes baratos da série é que Takeda ainda não sabia ser um emissário do futuro, sendo considerado apenas um policial amador (principalmente por Akira, seu grande desafeto) e que não fazia a menor ideia de onde vinha a Cyber-Força. Mas aos poucos Takeda vai recobrando a memória, a partir de visões que começa a ter das futuras instalações da Torre Babylon.

O arco que mostra a volta da memória de Júpiter coincide com a chegada de Lúcifer, homem que veio do século XXIII com a intenção de matar Júpiter e se torna aliado de Barão Kageyama para esta tarefa. Lúcifer também possui uma Unidade Cyber e, diferentemente dos outros, não precisa de uma cabine de transformação para vesti-la. Ele culpa Júpiter de terrorismo, ao colocar uma bomba na Torre Babylon com a intenção de matar uma força de resistência contra a tirania no futuro.

Inclusive, se você já assistiu a série e ainda se pergunta como as unidades Cyber foram construídas, tanto no presente quanto no futuro, confira este artigo que escrevemos sobre a teoria da origem dos Cybercops Lúcifer e Júpiter.

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Curiosidades sobre Cybercops

Produzida pela Toho Co. (a mesma de Godzilla) em 1988, embora com efeitos especiais um tanto constrangedores pelo baixo custo da produção (a Toho estava investindo alto em Godzilla x Biollante na época), Cybercop é considerado pelos críticos e pelos fãs um dos melhores seriados dos anos 1980.  Com um elenco afiado, personagens carismáticos vivendo situações do cotidiano de forma muito divertida, além de uma história e visual inovadores, foi uma série que cativou o público brasileiro.

A série teve um episódio piloto gravado em película com os heróis fazendo poses e aplicando golpes de maneira muito similar às séries Super Sentai. Por sorte, a premissa da série foi alterada e pudemos conferir Cybercop da maneira inovadora como acabou sendo concebida.

Estreando em 12 de outubro de 1990 no Clube da Criança, a série ficou em exibição por muito tempo na Rede Manchete, saindo do ar apenas em 1995. Posteriormente, na CNT, já nos anos 2000, foi exibida em uma sessão juntamente com Ultraman. Sua última aparição na televisão brasileira de forma oficial ocorreu em 2001, no canal Cinehouse, disponível apenas nas antenas Tecsat.

Infelizmente, os quatro últimos episódios de Cybercops nunca foram exibidos na televisão brasileira, permanecendo inéditos até hoje. Eles foram dublados e estão disponíveis nas coleções feitas por fãs, já que Nelson Sato os liberou em fita VHS de maneira extraoficial.

O sucesso da série na época a fez migrar para outras mídias, como as histórias em quadrinhos de tokusatsu produzidas pela Abril Jovem entre 1992 e 1993, mostrando histórias paralelas à saga da TV.

Como toda série daquela época, um bocado de produtos como fitas VHS, álbum de figurinhas, bonecos dos Cybercops, CD/Fitas K7 chegou ao mercado para a felicidade da garotada. Para completar, apresentações ao vivo em circo, com as armaduras originais da série, com aparição até mesmo em programas de outras emissoras, como o Domingo Legal, do SBT.

Inclusive, na época, falava-se sobre a Unidade Vênus que seria trajada por Tomoko na série, o que nunca aconteceu. Porém, nos quadrinhos pudemos conferi-la.

Nos gibis publicados aqui tivemos a aparição da unidade durante uma aventura dos policiais do futuro, enquanto no Japão ela foi vista no mangá dos heróis (aparentemente, não era vestida por Tomoko) e numa ilustração feita por Tamotsu Shinohara. Confira-as abaixo.

O ator Shogo Shiotani que interpretou Akira, o Cybercop Marte, faleceu no dia 5 de maio de 2002. Ele cometeu suicídio jogando-se de um prédio na região de Dougenzaka. Shiotani começou sua carreira como dublê de ação do JAC (atual JAE – Japan Action Enterprises), fazendo papéis de monstros em produções de tokusatsu.

Por conta de seu porte físico (tinha 1,87m de altura), geralmente destacava-se vestindo uniformes de vilões ou monstros mais altos e fortes. De acordo com entrevistas da época, Shiotani sempre desejou interpretar um herói em programas do gênero, pois sempre foi fã de tokusatsu.

Aguardamos agora a entrada da série no mercado de streaming ou de DVDs de maneira oficial para a comemoração dos 30 anos de lançamento no Japão, que ocorre no dia 2 de outubro. Até lá você pode assistir Cybercops online conferindo este artigo que escrevemos sobre os canais para ver tokusatsu na web.