Metalder, o Homem Máquina! Saiba tudo sobre ele!

Choujinki Metalder (超人機メタルダー), conhecido no Brasil como Metalder, o Homem Máquina, é um tokusatsu da franquia Metal Hero produzido pela Toei Company e exibido pela TV Asahi entre 1987 e 1988.

Tido como o Metal Hero mais dramático da década de 80, Metalder não teve o sucesso esperado no Japão, e nem no Brasil. Mas com o passar dos anos foi redescoberto por um séquito de seguidores e se tornou um dos maiores clássicos do gênero. Relembre aqui as aventuras de Hideki Kondo na luta contra o malévolo Império Neroz.

O nascimento de Metalder, o Homem Máquina

No ano de 1945, o doutor Ryuchiro Koga construiu Metalder como sendo a mais poderosa arma do exército japonês durante a Guerra do Pacífico. Koga utilizou as feições de seu falecido filho Tetsuo para a construção do Homem Máquina. Pacifista, o doutor acabou não utilizando sua criação para a guerra, deixando Metalder hibernar dentro da base secreta Silver Caucus (Silver Caps, na dublagem) por 42 anos.

Ex-parceiro de Koga na construção Metalder, o major Isao Muraki planejava finalizar o projeto antes do doutor. Suas experiências mutantes com prisioneiros foram descobertas e foi condenado. Fugiu para os Estados Unidos e lá criou um poderoso império criminoso. Após cirurgias plásticas, assume a persona de Makoto Dolbara, um magnata da indústria. Ao ser envolvido na escuridão da noite, assume sua verdadeira forma, a mutação Neroz, líder do império homônimo.

Após Koga descobrir que Muraki voltou à ativa, decide ativar Metalder para que ele dê cabo dos inimigos. Seu plano dá certo, mas acaba morrendo pelas mãos dos capangas de Neroz logo no início da série.

A adaptação de Metalder ao mundo

Sendo um robô, Metalder não teve contato com a realidade. Com auxílio do cão robô Springer, uma espécie de irmão cibernético do herói, Hideki Kondo se integra aos poucos à sociedade, aprendendo seus costumes e história. Faz pesquisas em bibliotecas e um verdadeiro trabalho antropológico ao se “infiltrar” na sociedade japonesa.

Rapidamente cria vínculos de amizade com a fotógrafa Maya Aoki e o motoqueiro Satoru Kita. Hideki cativa muitas pessoas com o seu jeito simples e diferente de ver o mundo, sendo um grande e fiel companheiro.

Como Metalder, Hideki utiliza sua moto Speed Sidecar (Side Phantom) e combate seus inimigos utilizando poderosos golpes fatais, como o Punho Titânico (Laser Arm).

Terríveis inimigos de Metalder

Diferentemente dos seriados da época, Metalder não tinha inimigos que apareciam em conta-gotas, como nos episódios tradicionais. Todo o império Neroz é apresentado ao espectador logo de cara, como legítimas tropas de ataque, com lideranças internas e restritas regras de conduta.

Os braços do Império Neroz estão divididos em Unidade Blindada, Unidade Cibernética, Unidade Mecanol, e a Tropa Monster. Seus líderes são, respectivamente, Arthur (Coolgin), Balzac (Barsky), Druon e Darvius. Os comandantes respondem pelos fracassos ou sucessos dos ataques de suas unidades.

O mais poderoso deles é Arthur, braço-direito de Neroz (e seu sósia em determinado momento da história). Já Balzac é um dos mais honrados guerreiros do Império, e sua derradeira luta com Metalder torna-se um dos momentos mais bonitos da série.

A traição de Top Gunder e o clímax da série

Um dos grandes personagens da série é Top Gunder. Oriundo da tropa Cibernética, desafiou Metalder para uma batalha, mas percebeu que armavam uma emboscada para o herói. Assim, Gunder e Metalder criaram um respeito mútuo, já que o herói acabou salvando o antigo vilão em outra oportunidade. Como retribuição pelo gesto amigo, Top Gunder decide auxiliar Metalder na luta contra Neroz.

Curiosidades sobre Metalder

Com visual baseado no clássico Kikaider (1972), Metalder estreou no Brasil na Rede Bandeirantes no dia 2 de abril de 1990, às 21 horas. Foi o primeiro tokusatsu da “geração Manchete” a estrear em horário nobre. Na mesma semana, o seriado também passou a ser exibido no programa TV Criança, nas tardes da emissora, ficando no ar até dezembro do mesmo ano de maneira regular. Apareceu como tapa buraco em abril de 1991, mas logo deu adeus definitivamente, para a tristeza dos fãs.

Em entrevista ao canal Tokudoc, o dono da extinta Everest Video, Toshihiko Egashira, contou que Metalder foi vendido para a Bandeirantes. Ao contrário das séries da Rede Manchete, não houve permuta, isto é, negociações em que a emissora cedia espaços comerciais para Toshi que colocava a série no ar para alavancar a venda de merchandising. Isso explica o fato de Metalder não ter nenhum produto oficial lançado no Brasil, já que o lucro foi com a venda da série.

Metalder foi a série mais curta dos Metal Heroes, teve apenas 39 episódios. Numa entrevista concedida ao Herosatsu, Seikoh Senoo, o ator do Metalder, disse que isso pode ter ocorrido por conta da venda dos brinquedos ou apoio dos patrocinadores.

Uma fita selada com os dois episódios iniciais chegou a ser feita, porém não comercializada. A única prova concreta que ela existe, ao menos na matriz, são os dois primeiros episódios com os previews narrados em português, que circulavam em VHS no início dos anos 2000 entre os colecionadores. Infelizmente, nunca apareceu nenhuma capa ou material gráfico.

Além do Brasil, Metalder também foi exibido na França, dentro do Club Dorothée, do Canal TF1, a partir de 24 de julho de 1989. Como podem notar, os franceses puderam conferir a série antes dos brasileiros, algo bem corriqueiro. As únicas exceções são Jaspion e Jiban, que foram exibidos primeiro na televisão tupiniquim e distribuídos respectivamente pela Everest Vídeo e Top Tape.

O destino de Metalder no ocidente foi selado quando a Saban Entertainment resolveu fazer uma série para ser a parceira dos Power Rangers. Inicialmente pensada como Cybertron, a versão americana de Metalder contou com Jason David Frank, o Tommy de MMPR, como o protagonista. A versão foi abortada, embora tenha sido produzido um episódio piloto.

Devido ao cancelamento de Cybertron, VR Troopers tomou seu lugar. Além de utilizar cenas de ação de Metalder, a série contou também com cenas de Spielvan (1986) e Shaider (1984), duas séries que já tinham passado no Brasil. Foi uma solução, ainda que estranha, para rever as cenas de Metalder nas telinhas, já que a série passou apenas por um curto período na Bandeirantes. Diferentemente da série original, VR Troopers teve fitas VHS lançadas no Brasil, além de bonecos com os heróis da série, licenciados pela Estrela.

Aliás, para conhecer quais são as séries que adaptaram Metalder e outros heróis japoneses, confira também este artigo que escrevemos sobre tokusatsu americano e as séries co-produzidas nos EUA.