Striker em Super Sentai: por que a Toei insere novos membros nas séries?
Striker em Super Sentai é o nome dado aos membros extras que aparecem no meio da série, geralmente se tratam do sexto integrante que também apresentam alguns diferenciais no visual do seu uniforme.
Mas, afinal, o que motiva a Toei a apresentar novos membros nas séries? Por que eles não aparecem desde os primeiros episódios? Para saber as respostas dessas perguntas, continue a leitura deste artigo.
Super Sentai tem como base a venda de brinquedos
Por mais que as cenas de ação deixem você feliz, que as histórias mexam com as suas emoções e que os visuais dos mechas e monstros sejam um colírio para os seus olhos de tokufã, a verdade é uma só: a base para a produção dos Super Sentais é a venda de brinquedos relacionados às séries.
Para que o sucesso seja garantido, Toei e Bandai analisam o mercado a fim de saber quais são os assuntos mais rentáveis que possam servir como tema do esquadrão do ano seguinte. Alguns exemplos são bem evidentes:
- Changeman: em 1985 o tema espaço sideral estava em alta por conta da aproximação do cometa Halley, o que motivou a fazer uma série cujos vilões vêm do espaço;
- Zyuranger: Takeyuki Suzuki, produtor da série, sabia que uma versão cinematográfica do livro Jurassic Park estava vindo, o que deixou o tema dinossauros em alta;
- Zyuohger: a referência de Zyuohger é bem evidente visto que no ano de 2016 o jogo Minecraft estava ganhando espaço e certamente inspirou o design dos mechas.
Portanto, todas as decisões são tomadas com base no andamento do mercado e já entenderemos como os strikers se tornaram peça fundamental disso.
O crescimento do consumo no mercado japonês
Até 1985, com Changeman, todos os Super Sentais seguiam o mesmo padrão: o público era apresentado ao grupo de heróis e seu robô gigante que permaneciam os mesmos do início ao final da série durante todo o ano de exibição na TV.
Assim, quando a atração começava, tudo era novidade e a venda de brinquedos era alta, pois as crianças japonesas queriam tudo que fosse ligado ao novo esquadrão. Contudo, conforme aponta Usys 222, uma observação foi feita no ano seguinte, 1986: elas se cansavam dos brinquedos após 3 ou 4 meses da estreia.
Como isso seria prejudicial para o faturamento, surgiu a ideia de manter o índice de vendas naquele ano ao inserir um novo robô gigante. Por isso Flashman teve a memorável cena da destruição do Flash King (que marcou e traumatizou a infância de muita gente) e o surgimento do Titan, o segundo robô gigante.
Com o êxito, isso se tornou um padrão nas séries seguintes. O boom econômico no Japão também possibilitou a vinda de um número cada vez maior de mechas: Maskman teve a estreia de cinco veículos que formam o Great Five enquanto Jetman chegava a trazer três robôs gigantes em ação ao mesmo tempo, por exemplo.
Striker em Super Sentai: uma boa jogada comercial
Já que falamos em Jetman, vamos partir para a série sucessora que deu início aos strikers fixos: Zyuranger.
A inserção do sexto membro do time, Dragon Ranger, ocorre por uma razão parecida à de JAKQ Dengekitai quando apresentou ao público o Big One.
Enquanto JAKQ começa com um tom muito dramático para os padrões, Zyuranger tem uma pegada mais infantil nos primeiros episódios. Assim, da mesma forma que Big One deixou as aventuras de JAKQ mais leves, o Dragon Ranger trouxe uma carga dramática maior a Zyuranger.
Não é coincidência que Dragon Ranger tenha aparecido no episódio 17, quatro meses após a estreia da série. Além de impulsionar a venda de brinquedos com um segundo robô gigante, a estratégia trouxe também um novo herói.
Como o plano deu certo, ele foi replicado em quase todas as séries que vieram depois, o que explica a motivação da Toei apresentar membros extras nos Super Sentais.
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