Stan Lee e Tokusatsu: a história de como ele conheceu os heróis japoneses

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Stan Lee foi um escritor, editor e editor de quadrinhos americanos. Ele também foi editor-chefe da Marvel Comics e, mais tarde, editor e presidente da empresa, liderando sua expansão para uma grande corporação de multimídia.

Em colaboração com vários artistas (particularmente Jack Kirby e Steve Ditko) ele co-criou personagens como Homem-Aranha, Hulk, Doutor Estranho, Quarteto Fantástico, Demolidor, Pantera Negra, X-Men e (ao lado de Larry Liebe) os personagens Ant-Man, Homem de Ferro e Thor.

Ele foi pioneiro em uma abordagem mais complexa para histórias de super-heróis nas décadas de 60 e 70, desafiou os padrões da Autoridade de Código de Quadrinhos, levando indiretamente à atualização de suas políticas.

Stan Lee faleceu nesta segunda-feira, 12 de novembro de 2018, aos 95 anos de idade. Ele passou mal em sua casa em Los Angeles, nos EUA, e foi levado ao hospital, onde morreu. Ele sofria de pneumonia e de problemas nos olhos.

Mas, apesar de ser uma grande perda, este é um blog sobre tokusatsu. Logo, qual a relação entre o universo dos heróis japoneses e os personagens de Stan Lee? É o que vamos lhe mostrar neste post!

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Stan Lee e tokusatsu: surge o Spiderman japonês!

Em 1984, Margaret Loesch deixou seu cargo na produção executiva da Hanna-Barbera Productions para se tornar CEO da Marvel Productions, a divisão de TV da famosa editora de quadrinhos. Loesch trabalhou em estreita colaboração com Stan Lee e tentou levar os super-heróis da Marvel para a telinha.

Porém, naquela época, as redes de televisão não estavam dando muita bola para os quadrinhos. “Executivos sentiram que apenas meninos de 18 anos estavam lendo quadrinhos, ninguém mais”, lembra Loesch. Além de títulos como Incrível Hulk e Homem-Aranha, “ninguém queria comprar séries da Marvel”.

Outrora, nos anos 70, a série americana do Homem-Aranha contou com apenas 13 episódios, mas tornou-se um sucesso enorme no Japão. Inclusive, Stan Lee tornou-se um nome conhecido no país, chegando, inclusive a receber o convite de Yoshinori Watanabe da Toei Company na época.

Stan Lee Spiderman japonês Homem-Aranha japonês
Stan Lee ao lado do Spiderman japonês.

Foi nesse momento que Toei e Marvel fizeram um intercâmbio cultural. Em 1978, foi produzida, em parceria com as duas, uma produção nipônica do Homem-Aranha adicionando elementos como monstros e robôs gigantes. Em troca, a Marvel recebeu permissão para adaptar produções originais da Toei para o público ocidental.

Isso vinha bem a calhar, pois a re-contextualização eram a única maneira de importar cultura para novos públicos. Além do mais, Lee gostava de uma série da Toei em particular: Sun Vulcan.

Sun Vulcan: o Super Sentai favorito de Stan Lee

Sun Vulcan era a mais recente série do gênero Super Sentai criado pelo escritor de mangá Shotaro Ishinomori de Kamen Rider, trazendo as aventuras de cinco jovens que se transformam em super-heróis e lutam contra o mau.

A franquia começou em 1975 com Himitsu Sentai Goranger, que apresentou um esquadrão secreto formado pelas Nações Unidas para combater os terroristas, chamado Exército da Cruz Negra.

Taiyo Sentai Sun Vulcan de 1982, da qual Lee tanto gostou, tinha heróis cujos fantasias e robôs eram inspirados por animais de safari. Por acaso também era co-financiado pela Marvel em virtude da parceria que iniciou com o Homem-Aranha japonês e se estendeu por Battle Fever J (que deveria ser a versão japonesa do Capitão América), Denziman e, então, Sun Vulcan.

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Stan, então, levou um vídeo de Sun Vulcan aos Estados Unidos e disse: ‘Maggie, acho que isso é um sucesso. Você precisa ver isso”. Já ela respondeu: “Concordo que seja bom e tenha um diferencial, mas só tem japonês, o elenco é todo em japonês. E Stan disse: “Eu sei! Mas, é ótimo, não?”

Um ano depois, Loesch e Lee investiram US$ 25.000 para fazer o lançamento de Sun Vulcan nas redes americanas. Lee queria dublar a série em inglês para reduzir os custos e enfatizar a comédia.

“Não havia nada parecido na televisão”, diz Loesch. As comparações mais próximas que ela poderia pensar eram O Cavaleiro Solitário e O Monstro da Lagoa Negra, que encantavam as crianças, mesmo com os trajes e efeitos baratos. Sun Vulcan era único e moderno, embora ambos considerassem a produção tosca. “Stan e eu gostamos da tosqueira. Acho engraçado e que as crianças gostariam disso”.

Então, Sun Vulcan passou nos Estados Unidos graças a Stan Lee?!

Sim! Os instintos de Loesch estavam certos e a Marvel lançou Sun Vulcan de forma não editada em estações locais de Los Angeles, São Francisco, Honolulu e outras cidades com populações japonesas.

Sun Vulcan Estados Unidos Saban

A série ganhou um público pequeno, mas entusiasmado. Entre os fãs estava August Ragone, agora especialista em cultura pop japonesa. Sun Vulcan foi patrocinado nos EUA pela Marukai Trading Company, uma cadeia de varejo que vendia brinquedos japoneses importados. Ragone era um cliente freqüente e enchia seu quarto com bonecos nipônicos.

“Todas as crianças que conhecia que estavam assistindo, ficamos malucos”, lembra Ragone, que cresceu em São Francisco. “Criamos um lema: a única coisa que importava na vida eram super-heróis japoneses”. Ragone e seus amigos brincavam que eram “as únicas quatro pessoas no país que se preocupam com essas coisas”.

As redes não sabiam quantas crianças estavam assistindo o Sentai e, então, duvidaram que a mistura de robôs asiáticos e artes marciais pudessem atrair a costa oeste. Por ser considerado “muito violento” e “muito estrangeiro”, os departamentos de desenvolvimento de outras redes rejeitaram Sun Vulcan. Loesch lembra de um executivo perguntando: “Como você pode mostrar esse lixo?”

Loesch sabia com antecedência que a violência seria um problema. “Nós tentamos minimizar algumas cenas”, diz ela. “Nós sempre mostraríamos as cenas de luta contra os monstros, não seres humanos.” Porém, as mudanças não foram suficientes.

“Stan e eu ficamos muito desencorajados e um pouco envergonhados”, diz Loesch. “Nós pensamos que isso fosse engraçado e diferente. ” Assim, a Marvel não conseguiu lançar o que se tornaria um fenômeno uma década depois no formato de Power Rangers. Em 1985, Lee renunciou aos direitos de Super Sentai de volta para Toei.

Kamen Rider entrevistou Stan Lee?

Sim! E, diferente do envolvimento de Lee com os Super Sentais, esse acontecimento foi recente. Durante a Tokyo Comic Convention de 2018, Ryoma Takeuchi, famoso por seu papel como Kamen Rider Drive, teve a chance de entrevistar o homem atrás de seus filmes e quadrinhos favoritos: Stan Lee!

Quando perguntado pelo sr. Lee sobre seu personagem favorito, Ryoma respondeu que ele gostaria de ser um mutante como o X-Men e Stan responde que o garoto tem bom gosto. Já pensou como seria um Kamen Rider mutante no Universo Marvel?

Como pôde ver, Stan Lee e tokusatsu tiveram uma forte conexão em diversos momentos da vida desse grande artista da Marvel. Conhece outras histórias envolvendo Stan Lee e cultura nipônica? Então, deixe um comentário aqui neste post!

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