DIC Entertainment: a produtora de Super Human Samurai e Jovens Guerreiros Tatuados de Beverly Hills

A DIC Entertainment Corporation foi uma produtora internacional de filmes e séries de televisão, tais como o tokusatsu nipo-americano Super Human Samurai e títulos como Os Jovens Guerreiros Tatuados de Beverly Hills..

Em 2008, a DIC foi adquirida pelo Cookie Jar Group. A maior parte da biblioteca DIC é, atualmente, propriedade da DHX Media após ela ter comprado a Cookie Jar Group em 22 de outubro de 2012.

Além dos programas de televisão, a DIC produziu filmes como Os Irmãos Id e Ota (1998) e Inspetor Bugiganga (1999), além de licenciar várias séries de anime como Sailor Moon, Saint Seiya e Speed Racer X.

A história da DIC Entertainment

A DIC (cuja sigla significa Difusão, Informação e Comunicação) foi formada na França em 1971 por Jean Chalopin como a divisão de produção da Radio Television Luxembourg, uma longa empresa de mídia existente.

O braço americano da DIC foi fundado em abril de 1982 em Burbank, Califórnia, por Andy Heyward, um ex-escritor de histórias da Hanna-Barbera, para traduzir produções da DIC para o inglês.

A empresa produzia animações de televisão para transmissão e distribuição em rede, terceirizava seu trabalho não criativo no exterior, aplicava políticas antissindicais e contratava pessoal por programa para cortar custos.

Para alguns na indústria, DIC significava “Do It Cheap”. Com os diretores Bruno Bianchi e Bernard Deyriès, Chalopin e Heyward conseguiram fazer da DIC uma empresa de animação eficaz.

Logo depois de ingressar na DIC, Heyward desenvolveu o Inspetor Bugiganga, que se tornou uma produção de sucesso do escritório americano. A DIC fez uma parceria com fabricantes de brinquedos para linhas de produtos baseadas em personagens que poderiam ser transformados em séries animadas.

Assim, as produções da DIC vieram com anunciantes e alguns financiadores. Entre Inspetor Bugiganga e Os Pequeninos (este último produzido pela ABC), a empresa tornou-se lucrativa.

Como a única empresa de animação não sindicalizada, em 1984, a DIC enfrentou um esforço de sindicalização que fracassou. Em 1985, a DIC abriu sua própria instalação de animação baseada no Japão para produção de suas séries, a fim de contornar os subcontratados de animação no exterior. Em abril de 1986, a DIC lançou um bloco sindicado chamado Kideo TV com a LBS Communications e a Mattel.

Do final de 1986 a 1987, a Heyward, junto com os investidores Bear Stearns & Co. e Prudential Insurance Co, comprou a participação de 52% da Chalopin e da Radio Television Luxembourg na DIC em uma ação de 70 milhões de dólares e fez da matriz dos EUA a principal base de operações da empresa.

Após a compra, Chalopin, Bianchi, Deyriès e o produtor Tetsuo Katayama deixaram a empresa para ser substituída por Robby London e Michael Maliani como funcionários-chave. Depois de vender suas ações na DIC, Chalopin manteve os escritórios originais na França e formou a empresa C & D (Creativity & Development) em 1987 para continuar produzindo desenhos animados.

Após a compra, a DIC estava fortemente endividada e os direitos estrangeiros para a sua biblioteca foram vendidos em 1987 à Saban Productions, que então vendeu os direitos da C & D da Chalopin. Na época, Heyward considerou Chalopin um inimigo por causa da compra e a situação permanentemente envenenou o relacionamento de DIC e Saban. DIC processou Saban por danos em 1991, porém, ambas as empresas chegaram a um acordo.

Em 1987, a empresa controladora da DIC Enterprises passou a ser conhecida como DIC Animation City e entrou para a indústria de brinquedos com o desenvolvimento da linha do Old MacDonald. 

Em dezembro do mesmo ano, a DIC fez um acordo para se fundir com a Computer Memories, uma antiga fabricante de componentes de computadores e, em seguida, uma empresa de fachada pública. Um acionista dissidente da Computer Memories fechou o negócio em fevereiro de 1988.

Com a dívida de aquisição ainda ativa e o mercado de animação começando a se suavizar com a ascensão do VHS e uma abundância de novos programas e canais de TV a cabo, as taxas de empresas japonesas aumentaram 40% de 1986 a 1988 devido à força do ien.

Em 1987, DIC transferiu a produção de “Denis, o Pimentinha” para uma empresa canadense a fins de doações e incentivos fiscais do governo canadense. No mesmo ano, a DIC tinha produções exibidas nas três principais redes de TV nas manhã de sábado.

Dois anos depois, a Prudential Insurance Co. adquiriu patrimônio adicional da DIC Animation City em agosto de 1989, aumentando a capacidade de dívida da DIC. No começo dos anos 90, a DIC correspondia à 30% do horário da manhã de sábado dos canais de TV com um total de 60 horas por semana. 

Em 11 de setembro de 1989, a DIC lançou o bloco de programação Funtown, correspondendo a 26 horas por semana no CBN Family Channel. Ela também deveria produzir quatro especiais para o quarto trimestre de 1989, um deles baseado no The New Archies. Porém, os maiores sucessos da DIC viriam anos depois por meio de duas obras bem conhecidas no Brasil pelos fãs de tokusatsu.

Séries baseadas em tokusatsu produzidas pela DIC

Vejamos agora as duas principais produções do gênero: Os Jovens Guerreiros Tatuados de Beverly Hills e Super Human Samurai.

Os Jovens Guerreiros Tatuados de Beverly Hills

Esta é uma série de tokusatsu americana produzida pela DIC e que foi ao ar na Rede USA e NBC durante os anos de 1994 e 1995.

A série é ambientada em Beverly Hills, Califórnia. Os quatro personagens principais são adolescentes selecionados por um alienígena (que mais parece uma enorme bola de meleca) chamado Nimbar para lutar contra os monstros enviados pelo malvado Imperador Gorganus.

Gorganus tem a intenção de conquistar a Terra porque é o ponto focal de uma rede de “portais de energia” que facilitaria a conquista da galáxia. No primeiro episódio, Nimbar recruta os quatro estudantes do ensino médio e, com um toque de seu “dedo” viscoso, dá a cada um deles uma tatuagem especial baseada em uma constelação na esfera celestial.

Quando suas tatuagens brilham, isso significa que Nimbar precisa delas e um portal aparece para que elas possam entrar em sua câmara. Nimbar é o protetor dos portais de poder e, como tal, atua como o mentor dos Sentinelas Galáticos.

Os adolescentes sobem nas plataformas chamadas “Transo Discs” que os transformam em gigantes e os teletransportam para o lugar onde o monstro está. Quando eles juntam as mãos em um quadrado entrelaçado, formam o supremo Sentinela Galáctica chamado Knightron.

Alguns tokufãs dizem que a série teria sido visualmente inspirada em Battle Fever J e pego carona no sucesso de Power Rangers. Logicamente adaptar a série japonesa, tal como foi feito com Zyuranger, ficou fora de cogitação visto que Battle Fever era antigo e sua representante norte-americana, Miss América, não era a líder do grupo.

Super Human Samurai Syber Squad

Superhuman Samurai Syber-Squad foi transmitido nos Estados Unidos entre os anos de 1994 e 1995. No Brasil foi distribuído pela Sato Company e transmitido pela Rede Manchete em 1996. 

Trata-se de uma adaptação da série japonesa Denkou Choujin Gridman da Tsuburaya Productions. A série originalmente seria nomeada PowerBoy, mas foi renomeada como Superhuman Samurai Syber-Squad durante a produção. A Saban Entertainment alegou que isso foi feito para evitar confusão com seu maior sucesso Mighty Morphin Power Rangers.

Na trama, o estudante do ensino médio Sam Collins é o líder de uma banda chamada Samurai. Durante uma gravação, ele é atingido por uma oscilação de energia e desaparece. Quando volta à realidade, nota um dispositivo estranho preso ao seu pulso.

Esse dispositivo permite que ele se transforme no herói virtual Servo que tem a finalidade de combater os monstros mega-vírus enviados pelo vilão Kilokhan e que ameaçam o mundo digital. Seus amigos Sidney, Tanker e Amp também recebem acesso ao mundo digital, mas como pilotos de veículos com a finalidade de ajudar Servo em suas batalhas.

Lembra de essas e outras produções da DIC? Então, deixe um comentário neste post e nos diga qual era a sua favorita. Até a próxima!