Shinichiro Shirakura fala sobre a estratégia global da Toei
Uma recente entrevista com Shinichiro Shirakura, executivo sênior da Toei, revelou importantes estratégias da empresa no cenário global, o que inclui tokusatsu.
À frente do Departamento de Estratégia de Marca, Shirakura tem a missão de promover as propriedades intelectuais (IPs) da Toei tanto no Japão quanto internacionalmente. Esta nova divisão, criada em julho de 2023, visa tornar a marca mais ágil e adaptável, seguindo um modelo semelhante ao do Departamento de Mídia da Bandai.
A entrevista feita por Sunakujira no site Real Sound mostrou que um dos principais objetivos do novo departamento é alcançar mercados globais, transformando as produções da Toei em fenômenos duradouros e reconhecidos mundialmente.
Shirakura destaca que a estrutura organizacional anterior da Toei não era adequada para metas de médio e longo prazo, principalmente em áreas além da produção de vídeos, como jogos e mercadorias. Agora, com a nova estratégia, espera-se que a Toei consiga explorar esses setores de forma mais eficaz.
Um aspecto central discutido por Shirakura é a evolução dos personagens de heróis e vilões ao longo dos anos. Ele observa que, atualmente, há uma demanda crescente por personagens bem definidos, onde o público deseja clareza sobre quem são os heróis e os vilões. Isso reflete uma mudança na narrativa, onde a ambiguidade é menos tolerada.
No entanto, a Toei tem trabalhado para criar personagens que, apesar de serem heróis ou vilões, possuam uma individualidade que ressoe com o público, especialmente as crianças, que são os principais espectadores dessas produções.
Shirakura também menciona os desafios culturais ao levar as produções japonesas para audiências globais. Elementos como a transformação dos heróis, comuns no Japão, podem ser difíceis de assimilar em mercados ocidentais. A diferença cultural se estende até ao design dos personagens, como o uso de máscaras que cobrem os olhos no Japão, em contraste com o uso de máscaras que cobrem a boca no Ocidente.
Além disso, Shirakura fala sobre a necessidade de adaptar os conceitos de heróis e vilões para que sejam universalmente compreendidos, superando barreiras culturais. Este esforço inclui entender e respeitar as sensibilidades culturais de diferentes regiões, garantindo que as histórias e personagens sejam bem recebidos internacionalmente.