Revisão da publicidade infantil pode trazer o tokusatsu de volta à TV?
Recentemente, o mercado audiovisual brasileiro tem sido palco de um debate crucial: a revisão da lei de publicidade infantil e suas implicações para a programação televisiva, o que inclui produções como séries, filmes, desenhos animados, programas de auditório e, é claro, tokusatsu.
De acordo com o site NaTelinha, esse diálogo envolve executivos de emissoras, representantes do Ministério da Justiça, como o ministro Flávio Dino, além de figuras do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), do CONANDA (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) e da ONG Instituto Alana. O objetivo é ponderar sobre a flexibilização da legislação atual, que, segundo os envolvidos, poderia revitalizar um ecossistema de produções midiáticas prejudicadas pelas restrições vigentes.
O tokusatsu é uma delas, pois outrora gozava de grande popularidade no Brasil. Durante as décadas de 80 e 90, séries como Jaspion e Changeman, por exemplo, transmitidas pela extinta Rede Manchete, não apenas entretinham milhares de crianças, mas também fomentaram um robusto mercado de produtos associados.
Por meio de acordos de permuta publicitária, essas séries ofereciam espaço para a promoção de brinquedos e outros artigos ligados aos seus personagens, criando uma simbiose rentável entre entretenimento e publicidade.
Entretanto, com as restrições impostas à publicidade infantil, esse modelo de negócio enfrentou desafios significativos, impactando a viabilidade de programas do gênero tokusatsu e similares na TV aberta brasileira. A atual legislação, embora proteja o público infantil de influências comerciais excessivas, também pode ter efeitos colaterais, como a redução do investimento em conteúdo diversificado e atraente para as crianças.
Assim, a proposta de revisão da lei busca um equilíbrio entre a salvaguarda dos interesses das crianças e a criação de um ambiente propício ao desenvolvimento de conteúdos infantis de qualidade. Este equilíbrio poderia permitir o retorno de programas como tokusatsu, adaptando-se às novas realidades do mercado audiovisual e às expectativas do público jovem.
