Bastidores do reboot cancelado de Power Rangers são revelados
A franquia Power Rangers já passou por inúmeras reformulações, reboots e universos paralelos. Mas nem todos sabem que, entre 2018 e 2022, existiu um projeto ambicioso liderado por Jonathan Entwistle que prometia revolucionar tudo o que os fãs conheciam até então. A proposta? Um universo expandido com filmes, animações e uma série em live-action, todos conectados por uma narrativa grandiosa – e completamente original.
Apesar da empolgação nos bastidores e de um envolvimento direto da Netflix na época, o projeto foi engavetado. Mas as ideias por trás dele continuam vivas, principalmente agora que Entwistle revelou detalhes nunca antes comentados sobre o que poderia ter sido esse novo capítulo da franquia.
Um universo místico centrado em Tommy Oliver
Segundo o próprio Entwistle em resposta a uma pergunta no Reddit, a proposta partia da criação de um multiverso próprio, onde Tommy Oliver — o lendário Ranger Verde e Branco de Mighty Morphin — ocuparia o papel central da mitologia. Ele seria o ponto de convergência de todas as linhas temporais, tendo sua trajetória reimaginada como uma figura quase mítica.
Ao invés de repetir fórmulas antigas ou adaptar diretamente alguma temporada do Super Sentai, o novo universo traria uma abordagem mais sombria e madura, com forte inspiração em lendas arthurianas. A série começaria com um tom místico, envolvendo viagens no tempo e conflitos existenciais, culminando em uma batalha épica contra Lord Drakkon, uma versão corrompida de Tommy.
Cores com vontade própria?
Outro ponto curioso do projeto revelado por Entwistle foi uma ideia apresentada pela roteirista Jenny Klein: o conceito de “cores conscientes”. Nessa versão, as cores dos Rangers teriam personalidade própria, influenciando as ações e decisões dos personagens.
É um conceito ousado, quase metafísico, que indicava um caminho bem diferente do tradicional “escolha da cor = estilo de luta + roupa colorida”. Se isso funcionaria em tela? Nunca saberemos. Mas só de imaginar uma narrativa em que a “cor vermelha” discute com a “azul” sobre liderança já dá uma dimensão do quão diferente essa série seria.
O que deu errado no caminho?
Com tantos elementos inéditos e liberdade criativa, o que teria impedido esse projeto de se concretizar? A resposta, infelizmente, é mais burocrática do que criativa. A compra e venda dos direitos da franquia por parte da Hasbro e a dissolução da eOne (empresa envolvida na produção da série) deixaram o projeto sem sustentação.
Com mudanças constantes de direção e falta de alinhamento entre os envolvidos, a proposta acabou sendo arquivada — e os fãs ficaram só com fragmentos de um universo que prometia ser épico.
O futuro dos Rangers agora é outro
Atualmente, um novo reboot da franquia está em fase de desenvolvimento pela Disney+, com a Hasbro novamente na produção. Mas o envolvimento da Toei — produtora japonesa do Super Sentai — desta vez está fora dos planos, conforme noticiamos aqui. O projeto terá novos showrunners e se afasta ainda mais da tradição de adaptar diretamente séries japonesas.
Resta saber se a nova equipe criativa terá a mesma ousadia de Entwistle ou se os Rangers seguirão por caminhos mais seguros. O que é certo é que o reboot que nunca existiu ainda vive no imaginário dos fãs mais atentos — e agora, também, nos arquivos da internet.
Enquanto isso, o universo dos Rangers segue em expansão em outras mídias, como os quadrinhos. E caso ainda não tenha visto essas HQs, clique aqui para conhecê-las!