Kamen Rider Blade: Missing Ace – a versão que a série não mostra
Kamen Rider Blade: Missing Ace é o longa-metragem que estende o universo da série Kamen Rider Blade a partir de uma linha do tempo alternativa. Lançado em 11 de setembro de 2004 nos cinemas japoneses, o filme foi exibido junto com Tokusou Sentai Dekaranger The Movie: Full Blast Action, como parte do tradicional combo de verão das franquias Kamen Rider e Super Sentai.
No longa, os eventos se passam quatro anos após um final alternativo do episódio 49 da série, onde Kenzaki decide selar Hajime para preservar a paz. Porém, essa escolha não vem sem consequências.
A trama de Kamen Rider Blade: Missing Ace lida com o peso das decisões, a substituição de gerações e o surgimento de novas ameaças em um mundo que acreditava estar seguro. O filme é dirigido por Hidenori Ishida e Katsuya Watanabe, com roteiro de Toshiki Inoue, e apresenta personagens inéditos, vilões imprevisíveis e o retorno de velhos conhecidos.
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— Toku Blog (@tokublog) April 21, 2025
A linha do tempo alternativa de Blade
Diferente da série de TV, o filme parte do pressuposto de que Kazuma Kenzaki selou Hajime Aikawa (o Kamen Rider Chalice) para evitar que o mundo fosse destruído. Com isso, a paz se estabeleceu — por um tempo. Esse universo paralelo mostra os protagonistas quatro anos mais velhos, vivendo vidas aparentemente comuns, mas longe de estarem em paz consigo mesmos.
Kazuma trabalha como gari, Mutsuki Kamijo concluiu os estudos e almeja um emprego de escritório, enquanto Kotaro Shirai tornou-se um escritor de sucesso, usando a história dos Kamen Riders como base para seu best-seller. Até mesmo Shiori Hirose tenta deixar o passado para trás, agora noiva e fora da BOARD.
O retorno dos Undead e o surgimento de novos Riders
A calmaria termina quando os Undead são libertos mais uma vez, consequência do surgimento de um novo e misterioso Coringa: o Albino Joker. Agora sob o comando de Sakuya Tachibana, a BOARD recruta três novos Kamen Riders: Junichi Shimura (Kamen Rider Glaive), Natsumi Miwa (Kamen Rider Larc) e Shin Magaki (Kamen Rider Lance). Com a volta da ameaça, Kazuma e Mutsuki são forçados a retomarem seus postos como Blade e Leangle, respectivamente.
Apesar de lutarem pelo mesmo objetivo, a tensão entre os Riders antigos e os novos é evidente. Junichi e seus companheiros desprezam o legado de Blade, acreditando que sua geração representa o futuro. Essa fricção cresce conforme segredos começam a ser revelados — e tragédias acontecem.
Amane: do trauma à peça central do conflito
Um dos pontos centrais do filme é Amane Kurihara, agora com 14 anos. A adolescente, sem a figura protetora de Hajime, encontra-se perdida, cometendo pequenos crimes e sendo presa por furto. Sua transformação reflete a ausência que o desaparecimento de Chalice causou, tanto nela quanto no equilíbrio entre os personagens.
A trama toma um rumo ainda mais tenso quando Amane se torna alvo direto do Albino Joker, que pretende usá-la como sacrifício para ativar um antigo poder selado. Esse objetivo transforma a luta entre os Riders em algo pessoal — especialmente para Kazuma, que tenta desesperadamente protegê-la.
A verdade por trás do Joker Albino
Junichi Shimura, o Kamen Rider Glaive, acaba se revelando como o próprio Joker Albino. Sua verdadeira intenção é reunir os quatro reis do baralho (King Cards) para liberar o poder da Vanity Card — uma entidade ligada a um monumento ancestral capaz de trazer destruição total.
Ele trai seus companheiros, Larc e Lance, eliminando-os para alcançar seu objetivo. A revelação do vilão interno desestabiliza todos ao redor, inclusive Sakuya, que havia depositado confiança em Junichi.
O próprio Hajime é trazido de volta — não pelo vilão, mas por Kazuma e Mutsuki, que usam o poder da carta Remote para liberá-lo e pedir sua ajuda. O reencontro entre Hajime e Amane é breve, mas intenso, com ambos compreendendo que o tempo que passaram afastados deixou marcas profundas.
Batalhas, cartas e formas inéditas
Com o avanço do plano de Junichi, os três Riders veteranos se unem para impedir o colapso do mundo. Hajime volta como Chalice, Mutsuki retoma o manto de Leangle e Kazuma ativa pela primeira vez no cinema sua King Form, graças à carta Evolution Caucasus.
Essa sequência de batalha não só marca o retorno triunfante dos personagens da série como também dá ao público o clímax aguardado: um confronto final épico entre Blade e o novo monstro formado a partir do corpo de Junichi e do monumento ativado.
Sacrifícios e renascimentos
Durante o confronto, Hajime descobre que o monstro final — Jashin 14 — é sustentado por um sacrifício humano. Amane é a escolhida. Kenzaki, no entanto, recusa-se a tirar a vida da garota e oferece a sua própria. Hajime, em um último ato de redenção e carinho, impede que Kenzaki se sacrifique e assume seu lugar.
A destruição do monumento e a derrota do monstro são seguidas por uma celebração silenciosa. Amane sobrevive, e a lembrança de Hajime permanece com ela, mesmo que ele tenha partido para sempre.
Um marco para a próxima geração
Kamen Rider Blade: Missing Ace termina onde começou: no Jacaranda Cafe, agora reformado e cheio de pessoas. Amane comemora seu aniversário ao lado dos que restaram. Em silêncio, ela caminha até o lado de fora e, por um instante, vê a imagem de Hajime. Não há palavras. Só a sensação de que ele sempre estará por perto.
Apesar da linha do tempo alternativa, o filme reforça a importância dos laços, da memória e da passagem do bastão entre gerações. Mostra que o heroísmo não depende apenas de força, mas de escolhas — e do que se está disposto a sacrificar por elas.
Kamen Rider Blade: Missing Ace e seu impacto na série
Kamen Rider Blade: Missing Ace foi mais do que um simples filme de verão. Ele abriu espaço para debates sobre finais alternativos, criou um vilão inédito com identidade própria e apresentou formas novas como a King Form em um momento decisivo. Sua linha do tempo alternativa influenciou obras futuras, como Kamen Rider Zi-O, onde uma Amane mais velha retorna.
Ainda que se trate de uma realidade paralela, o filme oferece ao público um olhar maduro e melancólico sobre os personagens que conhecemos ao longo da série original. E é justamente por isso que Kamen Rider Blade: Missing Ace permanece tão comentado — por mostrar que, mesmo quando a luta termina, as cicatrizes continuam.
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