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Sosuke Ikematsu

O ator de Kamen Rider mais singular de todos os tempos? Conheça Sosuke Ikematsu

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O nome Sosuke Ikematsu não é novidade para quem acompanha o cinema japonês com atenção. Embora tenha ganhado visibilidade internacional ainda criança, ao atuar ao lado de Tom Cruise em O Último Samurai (2003), o ator nascido em Fukuoka construiu uma carreira sólida e versátil no Japão.

E foi essa trajetória, marcada por escolhas ousadas e projetos autorais, que o levou a viver o icônico personagem de Shin Kamen Rider (2023), celebrando os 50 anos da franquia Kamen Rider.

Da infância no teatro musical à estreia em Hollywood

Sosuke Ikematsu nasceu em 9 de julho de 1990, na cidade de Fukuoka. Sua entrada no mundo artístico foi quase acidental. Incentivado pela irmã mais velha, que já era atriz mirim, ele participou de uma audição para o musical O Rei Leão, da companhia Shiki, e acabou sendo escalado como o jovem Simba.

Ainda criança, preferia o beisebol ao palco, mas a promessa de ganhar figurinhas do esporte convenceu o tímido garoto a participar da audição — e, sem saber, deu início a uma carreira longa e premiada.

Aos 13 anos, Ikematsu foi selecionado para o elenco de O Último Samurai (2003), interpretando Higen, o sobrinho do líder samurai Katsumoto. Mesmo em um papel secundário, sua atuação chamou atenção: ele foi indicado ao prêmio de Jovem Ator pelo Saturn Awards, o que já anunciava um futuro promissor.

Primeiros passos no cinema japonês: tokusatsu e mais

Após o sucesso com O Último Samurai, Sosuke Ikematsu foi protagonista de Tetsujin 28: The Movie (2005), longa baseado na clássica obra de Mitsuteru Yokoyama, considerada uma das precursoras do tokusatsu.

Interpretando o jovem Shotaro Kaneda, o ator liderou uma produção com efeitos visuais robustos para a época, e o filme se destacou por resgatar um herói robótico dos anos 1950 com um tom mais contemporâneo. Foi seu primeiro papel como protagonista em um longa-metragem japonês.

Ainda nos anos 2000, alternou papéis em filmes de guerra como Otoko-tachi no Yamato (2005) e romances adolescentes como Sand Chronicles (2008), mostrando sua flexibilidade dramática desde cedo. Participou de diversas produções televisivas, incluindo os taiga dramas da NHK, como Fūrin Kazan (2007), onde interpretou duas gerações da família Takeda.

Um ator que prefere os desafios

Ao terminar o ensino médio em Fukuoka, Ikematsu optou por estudar cinema em Tóquio. Cursou direção na Nihon University College of Art, aprofundando-se também em bastidores de produção. Apesar do interesse em direção, o foco na atuação aumentou após sua mudança para a capital. Ele passou a recusar papéis genéricos, escolhendo projetos que permitissem mais liberdade criativa — mesmo que fossem independentes ou mais difíceis comercialmente.

Essa escolha rendeu bons frutos. Em 2014, atuou em Love’s Whirlpool, um drama erótico de fundo existencial, e em Pale Moon, pelo qual ganhou prêmios de melhor ator coadjuvante. O mesmo ano marcou sua presença na série MOZU, onde interpretou gêmeos assassinos, com uma performance aclamada. A variedade de personagens e a intensidade com que se entrega aos papéis fez de Ikematsu um nome recorrente nas listas de melhores atores da década.

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Os anos 2010: reconhecimento internacional

Em 2017, brilhou em The Tokyo Night Sky Is Always the Densest Shade of Blue, pelo qual levou prêmios em festivais japoneses como o Yokohama Film Festival. Dois anos depois, alcançou um marco pessoal com Miyamoto, um projeto que levou sete anos para se concretizar e que ele mesmo ajudou a produzir, ao lado do diretor Tetsuya Mariko. O filme rendeu a ele os prêmios de melhor ator no Kinema Junpo, no Nikkan Sports Film Awards e no Mainichi Film Awards.

Ikematsu é conhecido por sua relação com a música — chegou a dizer que “20% do corpo é feito de Elekashi”, em referência à banda Elephant Kashimashi. Nas filmagens de Miyamoto, ouvia a banda durante os deslocamentos, o que o ajudava a mergulhar na intensidade emocional do personagem.

A volta ao tokusatsu: Shin Kamen Rider

Em 2021, veio o anúncio que pegou muitos fãs de surpresa: Sosuke Ikematsu seria o novo Takeshi Hongo em Shin Kamen Rider, filme dirigido por Hideaki Anno, o mesmo de Evangelion e Shin Godzilla. A escolha de um ator com um perfil mais dramático e autoral, e não de um ídolo pop ou modelo, apontava para uma proposta diferente para o reboot da franquia.

Lançado em 2023, o filme manteve o espírito original do personagem, mas trouxe uma abordagem sombria e existencialista, como é marca do diretor. Ikematsu teve que realizar diversas cenas de ação, mas sua atuação foi mais elogiada por captar a dualidade do personagem: um homem dividido entre a humanidade e a monstruosidade, entre o dever e a dúvida.

A produção integrou o “Shin Japan Heroes Universe”, que unificou franquias populares sob o comando de Hideaki Anno, como Shin Godzilla, Shin Ultraman e Shin Evangelion. A atuação de Ikematsu foi considerada um dos pontos altos do longa, ao lado da trilha sonora de Taku Iwasaki e dos efeitos visuais que mesclavam nostalgia e modernidade.

Uma carreira pautada por independência e convicção

Em agosto de 2023, após 13 anos na agência Horipro, Sosuke Ikematsu decidiu sair e seguir carreira de forma independente. Segundo entrevistas, ele queria mais controle sobre os projetos escolhidos e liberdade para continuar participando de filmes fora do circuito comercial. Poucos meses depois, recebeu o Prêmio do Ministro da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia para Novos Artistas (Art Encouragement Prize), reconhecendo sua contribuição para o cinema japonês.

Em 2024, foi anunciado no elenco de diversos projetos — desde Baby Assassins: Nice Days até Frontline, onde interpreta papéis que vão de antagonistas enigmáticos a protagonistas silenciosos. Seu nome continua presente tanto no circuito de festivais quanto nas grandes produções.

Por que Sosuke Ikematsu é uma figura tão singular?

Sosuke Ikematsu passou por diferentes fases, linguagens e estúdios. Sua trajetória mistura musical infantil, Hollywood, tokusatsu clássico, cinema autoral japonês e papéis desafiadores que abordam sexualidade, violência, frustração e afeto com profundidade. Longe de buscar fama instantânea, ele construiu uma filmografia coerente com seus valores e afinidades artísticas.

Ao protagonizar Shin Kamen Rider, reconectou-se ao universo do tokusatsu com a maturidade de quem compreende o peso simbólico de uma máscara. E, ao mesmo tempo, reafirmou sua capacidade de trafegar entre o pop e o experimental, entre a emoção contida e a raiva escancarada. Em tempos de carreiras moldadas por algoritmos e contratos, Sosuke Ikematsu continua sendo uma exceção valiosa.

E para saber ainda mais curiosidades por trás de Shin Kamen Rider, confira aqui o conteúdo que criamos sobre a Khara, produtora do filme!

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